Também conhecida como prova de função pulmonar ou “exame do sopro”, a espirometria é o teste mais comum e disponível para avaliar a saúde e a função dos pulmões.
Neste exame, o paciente enche seus pulmões com o máximo de ar que puder e depois sopra com força, de forma rápida, em um aparelho chamado espirômetro, o qual irá medir a quantidade de ar que a pessoa é capaz de inspirar e expirar cada vez que respira.
Trata-se de um exame de rotina na área de pneumologia utilizado na avaliação periódica de pacientes que já tenham diagnóstico de alguma doença pulmonar, ou na investigação de novos sintomas em pacientes ainda sem diagnóstico.
O teste é rápido (costuma durar em média 30 minutos) e indolor.
Quando realizar a espirometria?
Uma pessoa deve realizar o exame de espirometria se:
- Sente faltar de ar (quando caminha ou até mesmo em repouso)
- Tosse contínua
- Chiado no peito
- É fumante ou fumava e apresenta sintomas respiratórios
- Convive ou convivia com um fumante e apresenta sintomas respiratórios
- Contato frequente com fumaças (queimadas, fogão a lenha) e apresenta sintomas respiratórios
- Trabalha ou trabalhava em locais com produção de poeira orgânica, produtos químicos e gases tóxicos (indústrias de transformação de madeiras, metalúrgicas e mineradoras) e apresenta sintomas respiratórios
Além disso, a espirometria também serve para analisar a capacidade pulmonar em pré-operatórios, podendo, ainda, ser feita de tempos em tempos para avaliar os efeitos dos tratamentos médicos em pacientes com algumas doenças, tais quais:
- Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
- Asma
- Bronquite
- Enfisema;
- Fibrose
Como a espirometria é realizada?
Durante a realização do exame o paciente será orientado por um técnico em espirometria ou pelo próprio médico pneumologista.
Na maioria das vezes o paciente realiza o exame sentado, com o nariz ocluído com um clipe nasal (para impedir a saída de ar pelas narinas) e um “bocal” que deverá estar totalmente vedado e adaptado à boca, para evitar vazamento de ar e alterações nos valores do exame.
O paciente será então orientado a realizar uma inspiração profunda no próprio aparelho e em seguida será solicitado a soprar de forma rápida e com força (de forma semelhante a apagar as velas de um bolo de aniversário), continuando a soprar até os pulmões estarem vazios.
Na maioria dos exames, as manobras serão repetidas após alguns minutos da inalação de uma medicação broncodilatadora, conhecidas também como “bombinhas” (atuam no relaxamento dos músculos das vias aéreas), para verificar se há alguma melhora dos valores obtidos na primeira etapa do teste após o uso do medicamento.
O computador conectado ao espirômetro transforma “os sopros” do paciente em números e gráficos, permitindo ao médico visualizar o fluxo respiratório e interpretar os resultados.
A interpretação dos dados é feita com base em uma tabela que contém os valores previstos de acordo com a idade, sexo, raça e altura do paciente.
Como se preparar para o exame?
Antes da realização do exame, é importante que o paciente encontre-se em repouso. Não é necessário fazer jejum, mas o ideal é evitar o consumo de bebidas alcoólicas cerca de 6 horas antes do exame.
Com exceção das medicações inalatórias (“bombinhas”), a maior parte de outros medicamentos podem continuar sendo usados.
Dessa forma, se você já estiver fazendo uso prévio de alguma medicação inalatória, é muito importante que você não faça uso desse medicamento no dia do exame!
Se o paciente estiver com algum tipo de infecção respiratória (resfriado, gripe, COVID-19 ou pneumonia), o ideal é adiar a realização do exame para um segundo momento, após tratamento e recuperação da condição em questão.
É importante evitar fumar antes de fazer o exame.
O exame de espirometria deve ser realizado e interpretado sempre sob a supervisão de um médico pneumologista, e é de fundamental importância tanto para o diagnóstico como para o acompanhamento de doenças respiratórias crônicas.
Como podem ser os resultados da espirometria?
Os resultados fornecidos podem ser agrupados em cinco grandes grupos de possibilidades de interpretação:
- Exame normal
- Distúrbio ventilatório obstrutivo
- Distúrbio ventilatório restritivo
- Distúrbio ventilatório misto (associação de componente obstrutivo e restritivo)
- Distúrbio ventilatório inespecífico
A revisão e interpretação dos resultados das espirometrias deve idealmente ser realizada por um médico pneumologista, o qual deverá interpretá-lo em conjunto com os dados clínicos do paciente (sintomas e exame físico).
Existe uma série de fatores que podem provocar resultados alterados (falso-positivos e falso-negativos).
Evitar diagnósticos equivocados é de extrema importância para a segurança do paciente, dessa forma, a espirometria deve somente ser realizada quando existir uma indicação médica precisa (presença de sintomas, por exemplo) e seus resultados nunca devem ser avaliados de forma isolada.
Os múltiplos parâmetros fornecidos pelo relatório técnico do exame requerem interpretação médica para o diagnóstico correto, sempre em correlação com os demais dados clínicos do paciente.
Fonte:
Série 1: Métodos Diagnósticos em Pneumologia – ESPIROMETRIA – SPPT
Leia também:
Tosse: quando devo me preocupar? – Dr. Leonardo Freitas (drleonardofreitas.com.br)
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